Quando eu comecei a frequentar as primeiras reuniões da igreja, muito eu ouvia falar de Deus como pai, em grupos de oração que eu participava, eu quero deixar aqui que na época não fazia muito sentido para mim, mais era tal de pai aqui tal de papai ali e eu me sentia meio constrangido de me expressar para Deus como papai, não porque eu tive um pai ruim muito pelo contrario, meu pai era incrível, às vezes fico pesando, será que um dia eu serei um pai tão bom assim? A história de meu pai é um pouco triste, se contada na visão que eu tinha, sinceramente acho que para as pessoas que não entende o amor de Deus e seus propósitos ainda continuará triste. Bom, vamos a ela então.
Eu cresci em uma família normal minha mãe meu irmão e finalmente meu pai, não tínhamos de tudo, mais o mais importante não nos faltava, que era um pai presente e uma mãe dedicada eu tive uma infância humilde privada de estudos educação, mais o que nunca faltou foi minha família, e um pai e uma mãe disposta a trabalhar para dar não o melhor que tinha mais o melhor que podia para seus filhos. Meu pai sempre fazia de tudo era carpinteiro, encanador, e às vezes se fazia de pedreiro, não muito ruim a prova é a casa que moro hoje ele a fez praticamente sozinho, em fim não tinha tempo ruim com ele, fazia de tudo para nos sustentar. Eu me lembro de um tempo em nossas vidas, que fica meio embaçado em minhas lembranças, pois eu era pequeno ainda, quando fomos morar no norte do país, era numa cidade que ficava na divisa com o Mato Grosso e Pará, chamada Guarantã do Norte tínhamos lá um pedacinho de terra onde podíamos plantar e levantar nosso sustento, e mais nada, foi tempos difíceis aqueles, mais me lembro de um pai que se madrugava para trabalhar, e que às vezes até doente não faltava do trabalho, pois sabia que dele vinha o sustento de seus filhos. Bom às coisas lá não deu muito certo, voltamos para a cidade natal e vivemos aqui, até meus 17 anos onde foi que tudo mudou.
Era um dia nesses, fins de tarde em família, voltávamos de uma caminha em família estávamos tomando tereré, uma bebida gelada e típica do estado de MS, foi quando eu escutei um barulho vindo do fundo do quintal, uma arrasto em seguida um pancada, quando cheguei ao local, estava ali bem perto do bebedouro de aguá ainda com um copo na mão, meu pai estirado no chão, tinha acabado de sofrer um ataque cardíaco, minha primeira reação foi e chamar ajuda, logo depois eu virei ele e comecei a fazer massagem cardíaca e respiração boca a boca, logo os vizinhos chegaram e me ajudaram pegamos ele e colocamos em um carro e fomos para o hospital, minha mãe estava em choque, fui correndo chamar meu irmão, que estava morando em outra casa na época, quando voltei tive a noticia que meu pai não se levantaria de novo, tinha dado óbito, eu não tive muita reação na época lembro que estava preocupado com minha mãe que tem pressão alta e a pressão dela não parava de subir, e ela não parava de chorar, meu irmão ficou desnorteado e não sabia o que fazer, eu com os meus 17 anos tive que tomar as decisões pela família pela primeira vez. Acionei o seguro que minha família tem para casos de doença e morte, eles vieram e fizeram os preparativos do enterro e tudo mais, dai para frete minha vida virou uma confusão, minhas memorias não acessa o período que tive dos meus 17 até os 20 anos apenas pequenos fleches eu acho que para me proteger não sei bem o motivo, foi um período muito confuso incluindo depressão, noites sem dormir dias vegetando sem fazer nada. Lembro-me de poucas coisas, lembro quando comprei minha primeira guitarra, lembro-me de quando deixei tudo para tocar em uma banda, lembro-me do meu primeiro emprego nos correios, mais foi as 20 que tomei a decisão de estudar musica e entrar em um conservatório. E é ai que começa a entrar o outro Pai, assunto para o próximo paragrafo.
Estudei pra caramba para passar no conservatório, pequei pessoas que eu conhecia que sabia de musica para me dar aulas, acho que na minha vida nunca me dediquei tanto para uma coisa como me dediquei para aprender musica, tocava violão desde pequeno comprei minha primeira guitarra tinha 17 anos, como foi dito acima, mais a teoria não fazia parte deste curriculum. Enfim fiz a prova passei e entrei no conservatório de uma cidade do estado de São Paulo chamada de Garça, não demorei muito eu logo comecei a pular módulos, em menos de dois anos já estava estudando o modulo de harmonia musical junto com os professores, foi então onde conheci Guilherme Martins, ou Guma, eu estava esperando a minha aula no pátio do conservatório quando ele chegou com um violão na mão e começou a tocar uns rocks muito rápidos, uns rifles de guitarra que eu não tinha conseguido tirar ainda, logo encostei onde ele estava e começamos a trocar experiências, mostrei uns sons que tinha tirado, ele me mostrou como ele fazia os tais rifles, e ficamos por ai. Mais tarde decidi que a musica não dava para mim decidi então leva-la como um rob e comecei a fazer um curso técnico de programação de computadores. E foi lá na escola técnica que vi o Guma novamente, e um dia voltando para casa ele simplesmente virou para mim e me disse: você toca guitarra não é? Eu estou montando um ministério de rock na minha igreja você não quer fazer parte? Não precisa ser convertido mais você vai ter que ir a os cultos. Eu me hesitei pensando, “poxa que esse loco esta querendo?” E foi mais umas semanas de convite para eu topar ir à primeira reunião dos jovens da igreja dele, que era uma IPI igreja da denominação da qual faço parte até hoje.
Bom resumindo tudo foi ai então que comecei a ter contato com esse novo Pai que agora era Deus, depois de muitos ensaios de algumas apresentações, reuniões leitura da bíblia, fomos fazer um acampamento de carnaval, eu confesso que as coisas para mim não se encaixavam, até o penúltimo dia desse acampamento, o louvor foi uma loucura, como todas as noites eram, pessoas caindo, chorando, gritando e tudo ainda não fazia sentido para mim, foi então que pela primeira vez senti Deus ministrando na minha vida, no penúltimo dia de acampamento estávamos num tempo de louvor vi pessoas caindo e chorando, e perguntei para mim mesmo o que isso tudo significa quando do nada eu ouvi uma voz dizendo: você não está mais sozinho, agora você tem um novo Pai, eu não aguentei fui debruçando nas cadeiras logo já tinha uns oradores orando por mim e naquela noite eu senti algo que não queria largar mais, um amor, um toque o qual mudou minha vida para sempre, esse ponto foi quando eu comecei a viver não mais para mim, mais em direção de uma mudança que não vinha de mim, mais era mais forte que eu. Muita coisa eu não entendia naquela época, mais de uma coisa eu tinha certeza que daquele dia para frente não estaria mais sozinho e uma nova caminhada iria começar ali.
Hoje a os meus 28 anos quase 6 anos depois entendo que para eu conhecer Deus como Pai hoje foi necessário a morte de meu pai biológico quando eu tinha 17 anos, pois sem isso eu não teria vivido o que vivi para conhecer Deus e ter o relacionamento que tenho com Ele hoje. Como eu disse no começo do texto, é uma história triste para quem não conhece o amor de Deus, mais um final, em boras ainda não seja o final tenho muito ainda para viver, ainda não conheci minha esposa, eu acho, e nem tive meus filhos, mais para quem conhece a Deus um começo de uma nova história feliz, pois não a nada que se compara nessa terra a o amor de Deus e o relacionamento com Ele...
“Pai obrigado Deus por ser quem Você é na minha vida e sei que nada que eu possa fazer pode pagar aquilo que o Senhor fez e faz por mim, eu só queria achar um jeito de pelo menos ti dar uma migalha de gratidão que o senhor merece, obrigado pelos amigos que o Senhor colocou na minha vida e pela família que o Senhor tem me dado em Cristo Jesus. Amem”.
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