E tudo quanto fizerdes por
palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a
Deus Pai. Col 3.17
Ele trabalhava na prefeitura, o
serviço era braçal, pesado mesmo. Todos se admiravam de sua presteza e
tranquilidade. E era um camarada com quem se podia contar.
Havia algo curioso em relação a
ele. No final do expediente, ele não ia, imediatamente, para o caminhão. Os demais
não esperavam a hora! Cumprido o horário, limpavam as ferramentas,
acomodavam-nas no lugar determinado e, sem demora, subiam para o transporte.
Ele não! Apoiava o queixo no cabo
da enxada e ficava a olhar para a valeta que havia cavado. Era engraçado,
porque o suor parecia não combinar com aquele momento de contemplação.
Todos os respeitavam muito,
sabiam de sua fé, ele era sempre pacificador, não se ouvia dele nenhum
gracejo desrespeitoso, embora ele fosse só alegria, não se perdia em
murmurações, embora tivesse um aguçado senso de justiça. Mas, tinha aquele
momento.
Um dia, a curiosidade venceu! Os
colegas, tão logo ele subiu no caminhão, o interpelaram: - Escuta, a
gente não vê a hora de dar a hora, pra gente subir no caminhão... você, não! Tá
certo que não toma tanto tempo assim! Mas o que você fica pensando, olhando
para a valeta, com o queixo apoiado no cabo da enxada?
Calmo, e com o sorriso, que o
caracterizava, ele respondeu: - Eu não fico pensando, pura e simplesmente, eu
fico falando com Jesus.
E o que você fica falando com o
Jesus? Insistiram os colegas.
Eu falo assim para ele: - Senhor
Jesus, o Senhor está vendo essa valeta? Pode ter igual, mas, melhor não tem
não. Porque eu fiz esse trabalho para o Senhor, como um presente. É porque eu
sei que se o Senhor não tivesse abandonado a sua glória, a vida seria
impossível, a minha, a de todos, e de tudo. Então, é minha homenagem ao
Senhor, e minha forma de agradecer ao Pai, por ter enviado o Senhor. Amanhã,
quando os meninos vierem passar os canos e virem que essa valeta está perfeita,
e disserem isso, toma isso como um elogio para o Senhor. Porque eu sei de quem
sou, a quem tudo devo, e a quem sirvo.
Tendo dito isto, ele voltou-se
para os colegas e, estes, de cabeça inclinada, continuaram em silêncio. Eles
sabiam da qualidade de tudo o que ele fazia, e já desconfiavam que só uma
inspiração superior explicava tanto empenho.
Ariovaldo Ramos
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